O número de municípios em situação de seca extrema deve aumentar 35,64%, passando de 216 em setembro para 293 em outubro, de acordo com o Índice Integrado de Seca (IIS-3), elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Segundo o levantamento, os 216 municípios em seca extrema estão distribuídos da seguinte forma: 153 no Sudeste, 30 no Centro-Oeste, 27 no Norte e 6 no Nordeste. O documento também aponta que, em setembro, havia 1.133 municípios em condição de seca severa, com uma projeção de aumento para 1.177 em outubro. Essa categoria representa a condição imediatamente anterior à seca extrema.
“Nós tivemos três grandes secas no Brasil. A primeira foi entre 1997 e 1998, a segunda entre 2015 e 2016, e a atual, que é a pior das três, principalmente em termos de extensão e duração”, afirmou Ana Paula Cunha, física e pesquisadora do Cemaden.
O nível de seca, que varia de fraca a excepcional, é medido com base na intensidade e duração dos déficits de chuva, umidade do solo e saúde da vegetação.
“A falta de chuvas também diminuiu a umidade do solo, o que contribui para que a seca dure mais, já que reduz a evapotranspiração das plantas, evaporação de lagos e rios e a formação de nuvens de chuva”, explicou o físico e pesquisador do Cemaden, Luis Marcelo Zeri.
De acordo com o monitoramento do Cemaden, diversas cidades nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste enfrentam mais de um ano de seca. Veja a lista:
Amazonas: Barcelos (16 meses), Santa Isabel do Rio Negro (16 meses), Codajás (15 meses), Maraã (15 meses), Guajará (14 meses), Fonte Boa (15 meses), Uarini (15 meses), Ipixuna (14 meses);
Roraima: Rorainópolis (14 meses);
Pará: Eldorado dos Carajás (16 meses);
Acre: Capixaba (14 meses), Plácido de Castro (14 meses), Mâncio Lima (13 meses), Porto Walter (14 meses), Rodrigues Alves (14 meses);
Mato Grosso: Castanheira (12 meses), Rondolândia (12 meses), Apiacás (12 meses), Colniza (12 meses), Chupinguaia (13 meses), Corumbiara (13 meses);
Rondônia: Cabixi (13 meses);
Minas Gerais: Capim Branco (12 meses), Ipiaçu (12 meses).
Embora a seca anterior tenha sido amplamente associada ao fenômeno El Niño, especialmente no segundo semestre de 2023, anomalias significativas de temperatura no Oceano Atlântico Norte também podem ter influenciado a menor quantidade de chuvas.
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